Refugiado empreendedor: como o empreendedorismo é um aliado

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Escrito por Larissa Chinaglia

Você conhece algum refugiado empreendedor?

Essa população acaba encontrando no empreendedorismo uma oportunidade de garantir sua fonte de renda ou sua sobrevivência.

Vale lembrar que mesmo com a pandemia, o número de refugiados no mundo bateu recorde, chegando a 82,4 milhões de pessoas.

O Brasil é um país bastante receptivo para esses estrangeiros, como veremos mais a diante. E as fontes de oportunidades empreendedoras são diversas!

Boa leitura, e apoie um refugiado empreendedor.

O que são refugiados?

São chamados de refugiados as pessoas que precisam sair dos seus países de origem por algum medo, como guerra, perseguição religiosa, entre outros fatores.

O medo e a pressão fazem com que os refugiados busquem abrigo em outros países, deixem de lado sua cultura e as vezes até mesmo suas famílias.

O Brasil é um país que abriga essa população. Você conhece algum refugiado?

Existes diferentes tipos de refugiados: refugiados de guerras, refugiados políticos, refugiados climáticos, refugiados por crises sociais e econômicas, e assim por diante.

Os países que mais geram refugiados no mundo (em ordem) são: Síria, Venezuela, Afeganistão, Sudão do Sul e Mianmar.

Sabia que a Colômbia é o país com o maior número de pessoas deslocadas internamente na América? E, ao mesmo tempo, é o segundo país que mais acolhe refugiados. Dados da matéria.

Qual a diferença entre imigrante e refugiado?

Refugiados são imigrantes, mas o contrário nem sempre é real.

Para isso, é importante falar sobre os estrangeiros imigrantes e os refugiados imigrantes.

A grande diferença entre estrangeiro imigrante e refugiado é o poder de escolha.

Imigrantes podem ir e vir sempre que desejarem, e a ida para o novo país é uma escolha consciente, pensada e planejada.

Já com os refugiados, esse poder de escolha é negado, afinal, eles precisam sair fugidos de seus países de origem para se proteger e sobreviver. Nesses momentos, acontece um deslocamento forçado.

Qual é o Dia Mundial do Refugiado?

O Dia Mundial do Refugiado é comemorado no dia 20 de junho.

Essa comemoração surgiu em 2001, no aniversário de 50 anos da Convenção de 1951 referente ao Estatuto dos Refugiados.

Essa data vem com o objetivo de reforçar a importância da reflexão sobre a situação de pessoas que são obrigadas a abandonar seus países de origem devido motivos maiores, como perseguições, conflitos armados e crises humanitárias.

Você já conhecia o Dia Mundial do Refugiado?

Refugiados no Brasil: qual o cenário desses empreendedores

Você tem ideia como vivem os imigrantes e refugiados no Brasil?

O Brasil é o 3º mais favorável à recepção de refugiados, segundo uma pesquisa feita em 28 países, ganhamos esse posicionamento.

O país conta com a Lei de Refúgio brasileira (Lei nº 9.474/1997) é considerada uma das mais avançadas no mundo.

No Brasil, a Lei de Migração permite que estrangeiros se manifestem politicamente, não permite que sejam presos por estarem de modo irregular no país, condena xenofobia, entre outros tópicos que beneficiam essa população.

Segundo relatório, em 2020 havia mais de 57 mil pessoas refugiadas reconhecidas pelo Brasil. Além disso, em 2021, o Brasil recebeu quase 30 mil solicitações de refúgio.

Na ordem de nacionalidades, temos venezuelana, sírios e congoleses.

Mas claro que nem tudo é tão simples assim, e os estrangeiros refugiados encontram diversas barreiras ao chegarem ao nosso país, por começar pelo idioma – falaremos mais adiante.

Empreendedorismo por necessidade e oportunidade: precisamos entender

Para falar sobre os empreendedores refugiados, precisamos falar sobre o que é empreendedorismo por necessidade e oportunidade – e qual a diferença entre eles.

Empreender por oportunidade é começar um negócio mesmo tendo outras oportunidades de conseguir fonte de renda.

Vamos imaginar que você tenha um trabalho formal, e tem o sonho de se tornar empreendedor. Você pode começar sua nova fase de empreendedorismo por oportunidade sendo MEI e CLT ao mesmo tempo, por exemplo.

Isso acontece porque você tem escolha, e empreender para você é uma oportunidade.

Já o empreendedorismo por necessidade é um pouco diferente. Neste caso, empreender será sua única fonte de renda, pois você não tem mais nenhuma escolha.

Um exemplo é o cenário de COVID-19. A pandemia levou desempregados a abrirem negócios por necessidade, como diz a matéria.

Assim, já conseguimos ver que o refugiado empreendedor se encaixa, em grande maioria, no empreendedorismo por necessidade.

Empreendedores refugiados: por que o empreendedorismo é aliado

Como vivem os refugiados no Brasil? Como o empreendedorismo se torna um aliado?

Algumas barreiras dificultam a vida dos refugiados nos novos países.

Um dos principais desafios que os refugiados encontram é o idioma novo, o que também dificulta e leva para outra grande barreira: a conquista de um emprego.

Pesquisas mostram que 66% dos refugiados no Brasil enfrentam desemprego ou a dificuldade para encontrar trabalho.

Além disso, o custo de vida elevado, o preconceito e a burocracias na revalidação e diplomas dificultam a adaptação do refugiado no Brasil.

E onde entra o empreendedorismo nessa história? Sem emprego, o refugiado busca no empreendedorismo por necessidade sua sobrevivência.

Refugiadas empreendedoras (55%) são a maioria em uma Plataforma de Refugiados Empreendedores – que busca apoiar essa população.

Veja como empreender com pouco dinheiro

7 exemplos de empreendedorismo de refugiados

Conheça algumas ideias que o refugiado empreendedor pode aderir como fonte de renda.

Lembrando que essas são apenas algumas sugestões, e todo tipo de empreendedorismo é bem-vindo! Não existe regra, e nem tudo precisa ser voltado para o país de origem.

Existem diferentes tipos de empreendedores refugiados, quais você conhece? Ou qual desses você busca ser?

Ensinar idiomas

Refugiados falantes de outras línguas podem ganhar dinheiro ensinando idiomas aqui no Brasil. Quem não quer aula com nativo, não é mesmo? Independentemente de qual seja a língua, sempre tem alguém querendo aprender.

Abrir restaurantes

Uma alternativa é compartilhar as comidas típicas do seu país com os brasileiros. Os refugiados podem abrir restaurantes com comidas do seu país de origem ou quaisquer outras – afinal o empreendedorismo não tem limites, certo?

O restaurante Congolinária é de culinária típica congolesa e African Vegan Food (comida vegana africana), e é um empreendimento de um congolês refugiado. O restaurante fica localizado no bairro Sumaré, em São Paulo.

 

 
 
 
 
 
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Fazer artesanato

Vender artesanato também é uma alternativa para o refugiado empreendedor. Seja para desenvolver artes típicas do seu país nativo ou qualquer outro tipo de arte que se identificar mais.

Veja nesta matéria do G1 a história de indígenas venezuelanas refugiadas em Belém que criaram uma marca de artesanato.

Vender bijuteria

E assim como o artesanato, fazer bijuterias para vender podem ganhar espaço. Assim como outros acessórios de moda!

Atuar no setor de estética e beleza

Produtos e serviços de estética também são ótimas opções. A loja Perfumes Al Domari é de um refugiado empreendedor sírio, Anas Obaid.

 

 
 
 
 
 
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Trabalhar com moda

Você é amante da moda? Pode trabalhar com esse segmento de diversas formas diferentes. Abrir uma loja de roupas, montar um brechó, costurar para fora… As opções são inúmeras.

A Benazira, refugiada da Guiné-Bissau, abriu uma loja de beach wear (moda praia) aqui no Brasil, Djoco.

Atuar com pets

Essa dica é para quem não dispensa a companhia de um animal.

Você pode abrir um petshop ou atuar com serviços voltado aos pets, com táxi pet, pet sitter (babá de animais), dog walker (levar cães para passear), banho a domicílio, hospedagem, moda pet, e assim por diante.

A Nathaly veio da Venezuela, e hoje trabalha com esses serviços no empreendimento Shaggys Petz.

Refugiado empreendedor, por que se formalizar como MEI?

Primeiro, vamos entender o que é MEI.

MEI (Microempreendedor individual) é o tipo de CNPJ mais simples que existe. Com ele, você consegue abrir sua empresa em poucos minutos e de graça. Além disso, tem acesso a diversos benefícios por um custo mensal muito baixo.

E você sabia que estrangeiro pode ser MEI?

Para isso, você precisa ter o RNE (Registro Nacional de Estrangeiro). Para abrir a MEI, o RNE precisa ser permanente.

Você consegue abrir sua MEI de graça e em poucos minutos (cuidado para não cair em golpe MEI).

Veja como abrir uma MEI

Agora, por que abrir uma MEI?

O microempreendedor individual tem acesso aos benefícios do INSS, como auxílio maternidade, auxílio doença e aposentadoria.

E as vantagens de ter CNPJ MEI não param por aí!

E muito mais!

Descubra quem pode ser MEI

Conheça iniciativas de apoio aos refugiados

Se identificou com a importância desse tema? Então conheça algumas iniciativas de apoio aos refugiados e fique mais por dentro desse assunto!

Plataforma Refugiados Empreendedores

Uma iniciativa voltada para o empreendedorismo de refugiados é a Plataforma Refugiados Empreendedores.

Essa iniciativa da pela Rede Brasil do Pacto Global da ONU com a Acnur (agência da ONU para refugiados) busca oferecer capacitação para essa população e conectar as pessoas ao setor privado.

O site reúne diversos empreendedores refugiados de diferentes locais do Brasil para você conhecer e apoiar!

Programa de Apoio para a Recolocação dos Refugiados

Outra iniciativa é o PARR – Programa de Apoio para a Recolocação dos Refugiados.

Ela foi criada pela MDOC, consultoria especializada em imigração em apoio da Acnur, e busca apoiar os refugiados a encontrarem uma oportunidade de trabalho.

Apoie um refugiado empreendedor

Para fecharmos, fica aquela dica: apoie um refugiado empreendedor.

Conheça os que estão em bairros próximos de você, e também conheça outros empreendedores refugiados através da Plataforma Refugiados Empreendedores.

Conheça os empreendedores

Gostou de conhecer um pouco mais sobre o cenário do refugiado empreendedor no Brasil? Além de entender qual a diferença entre imigrante e refugiado? Você já sabia que existiam diferentes tipos de refugiados? E sobre o Dia Mundial do Refugiado?

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