Open Finance para empresas: o que muda para o MEI?

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É bem provável que você já tenha ouvido falar no termo Open Finance na televisão, nos jornais ou navegando pela internet. Mas você sabe o que é isso e qual será o impacto para a sua MEI? Então vem com a gente e entenda tudo agora!

O Open Finance é um sistema de compartilhamento de dados presente em outros locais, como no Reino Unido que já funciona e nos Estados Unidos, Austrália, Japão, União Europeia e Hong-Kong que estudam a sua implementação.

Ele será lançado no Brasil ainda em 2021 e transformará a vida das pessoas e empresas. Assim como o Pix, é bem provável que esse sistema faça parte do seu dia a dia em pouco tempo.

E o objetivo desse conteúdo é te explicar tudo sobre o Open Finance para empresas, mais especificamente para a sua MEI. Vamos nessa!

O que é Open Finance?

O Open Finance significa, na tradução livre do inglês, “banco aberto”. Mas no português do Brasil e na prática, o conceito de Open Finance não tem segredo:

É um sistema, seguro, de compartilhamento de dados entre instituições financeiras que permite ao cliente visualizar e controlar todo o seu dinheiro em um único lugar, sem precisar ir e vir de um aplicativo para outro.

Ou seja, com o Open Finance, você conseguirá levar todos os seus históricos e informações que possui em uma instituição financeira para outra.

Essa “liberdade de dados” irá facilitar, e muito, a contratação de novos produtos, como cartão de crédito e linhas de empréstimo e microcrédito para MEI.

É importante ressaltar que nem todas as instituições financeiras são obrigadas a implementar o Open Finance. Para aquelas maiores, o sistema é necessário, já em outras, torna-se opcional. Mas fique tranquilo, iremos te explicar esse ponto com mais detalhes durante o conteúdo.

Como funciona a contratação de crédito hoje, sem o Open Finance?

Para que você entenda o tamanho do impacto do Open Finance na vida das pessoas e empresas, como as MEIs, vamos te explicar como funciona a contratação de serviços e produtos financeiros hoje, no Brasil, sem o Open Finance e como será quando o sistema começar a funcionar.

Conforme você abre uma conta em determinada instituição financeira e movimenta dinheiro nela – recebe de clientes, paga as contas, não atrasa faturas do cartão, entre outras situações do dia a dia, “pontos positivos” vão sendo acumulados em seu nome.

Como consequência, a instituição consegue te ofertar mais limite de crédito ou melhores taxas de juros em linhas de empréstimo e microcrédito, por exemplo. Isso acontece porque é construída, ao longo do tempo, uma relação de confiança entre empresa e cliente, tornando mais seguro para a instituição oferecer melhores produtos.

Contudo, quando a pessoa ou empresa abre uma conta em outro lugar, todos os “pontos positivos” e históricos de confiança que ela tinha com a primeira instituição, não são considerados, e ela precisa construir outra relação com a nova conta.

Com o Open Finance, isso não será mais necessário!

Se essas duas instituições financeiras que você tem conta implementarem o Open Finance e você permitir que elas compartilhem seus dados entre si, de maneira segura, será bem mais fácil pedir um cartão de crédito no lugar A e uma linha de empréstimo no lugar B, por exemplo, pois todo o seu histórico de confiança e responsabilidade será aberto entre elas.

Por isso que o nome do sistema é “Banco Aberto”.

Ficou mais claro?

Em caso negativo, não se preocupe, ainda iremos te trazer mais exemplos durante o texto.

O Open Finance é seguro?

Conforme explicamos acima, o Open Finance é um modelo de sistema bancário aberto, em que bancos, instituições de pagamento, fintechs e outras instituições financeiras poderão compartilhar seus dados e históricos entre elas, por um caminho totalmente seguro, regulamentado pelo Banco Central.

Mas que caminho é esse? É seguro mesmo?

O caminho que estamos falando é um sistema chamado API (Interfaces de Programação de Aplicativos, na tradução livre do inglês), e funciona como uma ponte que transfere suas informações financeiras entre uma instituição e outra.

A API é uma tecnologia de ponta que permite integrar aplicativos e linguagens com várias camadas de segurança. E para o Open Finance, além da API, os bancos estão se preparando para adicionar uma camada de segurança extra.

Portanto, sim, o Open Finance, em conjunto com a API e outros processos de segurança estabelecidos pelos bancos, será um sistema seguro e confiável!

Quais instituições participam do Open Finance?

O Banco Central definiu que as maiores instituições financeiras do país serão obrigadas a oferecer o Open Finance, ao passo que as menores podem escolher por implementar o novo sistema ou não.

As maiores instituições financeiras do Brasil são classificadas como S1 e S2, sendo, portanto, obrigadas a oferecer o Open Finance.

  • Instituições S1 – Possuem um porte igual ou superior a 10% do PIB ou com atividade internacional relevante;
  • Instituições S2 – Possuem um porte entre 10% e 1% do PIB.

Os principais exemplos dessas instituições são: o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Santander, Itaú e Bradesco.

Por mais que a obrigatoriedade do Open Finance fique apenas entre as instituições S1 e S2, as fintechs e instituições de pagamentos não ficaram para trás, já demonstraram interesse em fazer parte dessa revolução no sistema bancário brasileiro e estão se preparando para oferecer o serviço.

Para implementar o Open Finance, as instituições precisam ter uma interface na condição de instituição transmissora de dados e fazer o registro no Banco Central, de acordo com as condições de segurança estabelecidas pela Resolução BCB n° 86 de 14/4/2021.

Segundo o Banco Central, vão existir quatro tipos de instituições participantes no Open Finance do Brasil:

  • Transmissoras de dados: empresas que compartilham seus dados na plataforma;
  • Receptoras de dados: empresas que apresentam solicitações de compartilhamento às transmissoras para receber os dados;
  • Detentoras de contas: empresas que mantêm contas de depósitos à vista, poupança ou contas pré-pagas de clientes;
  • Iniciadoras de transações de pagamento: empresas que prestam serviços de iniciação de pagamentos e atuam como intermediadoras (sem deter em momento algum o dinheiro do cliente).

Confira a lista de todas as instituições que participarão do Open Finance 2021 no Brasil.

Quais as vantagens do Open Finance e o que muda para o MEI?

Assim como o Pix chegou para transformar a maneira como as pessoas e empresas movimentam dinheiro, o Open Finance irá continuar essa revolução, de modo a trazer mais competitividade e liberdade para você tomar as melhores decisões financeiras.

Confira abaixo as principais vantagens do Open Finance para os pequenos negócios:

Maior facilidade de conseguir crédito

A maior facilidade na obtenção de crédito é uma das grades apostas do Open Finance no Brasil.

Quando você permite o compartilhamento de dados e históricos de uma instituição para outra, fica mais fácil contratar produtos de diferentes lugares, sem a necessidade de comprovar, ao longo do tempo, seu perfil de “bom pagador” novamente.

Contratar produtos com melhores taxas

A implementação do Open Finance também será responsável por incentivar o surgimento de plataformas e ferramentas capazes de comparar preços de produtos financeiros, taxas de juros e condições de financiamento das instituições que você permitir o compartilhamento de dados.

É o início de um mercado centralizado em você e em suas necessidades. Demais, né?

Melhor gestão financeira da empresa

Imagina controlar todas as suas entradas e saídas de dinheiro em um só lugar? Com o Open Finance isso será possível.

Você não fica preso em apenas uma instituição, e suas informações financeiras também.

Essa flexibilidade aparece como uma oportunidade para as empresas de tecnologia, que poderão oferecer serviços e produtos financeiros integrados com sua conta corrente ou instituições financeiras que movimenta dinheiro.

Você poderá escolher o que fazer com seu dinheiro, no lugar que te oferecer as melhores condições. Isso significa economia de tempo e dinheiro para sua MEI!

Além disso, se você realizar vendas com a maquininha de cartão de uma instituição, mas gostaria de receber o dinheiro em outro lugar, com o Open Finance o processo será ainda mais fácil.

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Mais segurança e controle dos seus dados

Com o lançamento do Open Finance no Brasil, você escolhe como, quando e com quem compartilhar os seus dados pessoais e da empresa.

Chega de ficar refém de termos e condições que te incomodam. Não está confortável com as exigências que a instituição te impõe? Vá em frente e escolha outra.

Conforme regulamentação do Open Finance, você pode compartilhar suas informações quando quiser e com qualquer instituição que desejar.

E apenas os dados que você permitir serão compartilhados em outros lugares, por um período limitado e somente para a finalidade que você escolheu. É a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) atuando em seu benefício.

E ainda tem a API regulamentada pelo Banco Central, trazendo ainda mais segurança em cada etapa.

Sua MEI com atendimento personalizado

Ao compartilhar seus dados com diferentes instituições, você permite que elas te ofereçam produtos e serviços 100% focados nos interesses e no perfil do seu negócio.

O atendimento e comunicação segue o mesmo caminho. Você irá receber informações exclusivas para o que a sua empresa precisa e seu poder de compra permite.

Mais opções de pagamento

Como você sabe, o sistema irá impactar pessoas e empresas como nunca foi visto antes.

E a sua MEI também sentirá essa mudança positiva na forma de receber dos clientes.

O Open Finance também abre caminho para o desenvolvimento de novos aplicativos e sistemas de pagamento digitais ainda mais seguros e compatíveis com o seu dia a dia.

Por exemplo, você conseguirá receber suas vendas por aplicativos de mensagens instantâneas (como o WhatsApp) e nas redes sociais.

Com o Open Finance qualquer empresa poderá acessar os meus dados?

Não! Os dados financeiros da sua empresa serão acessados por uma instituição regulada no Banco Central SOMENTE se você permitir que isso aconteça.

Reforçando: a única maneira de um banco ter acesso aos dados e históricos financeiros da sua empresa é com você permitindo o compartilhamento das informações.

Além disso, não é porque você permitiu, em algum momento, que a instituição A acessasse seus dados que o consentimento será por tempo indeterminado.

O Banco Central está definindo limites para esse acesso. O que se sabe até agora é que o prazo máximo é de 12 meses, sofrendo variação para menos, de acordo com o objetivo do cliente.

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) também exige que as instituições que detém seus dados excluam eles, caso você solicite.

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